das berças, dançando o verão,
vos envio estas quadritas
estão sem grande inspiração
farei depois coisas catitas
este vosso servo amigo
passa os dias a morfar
salpicão em pão de trigo
e um tintol de arrasar
já tenho uns quilos à sobra
colesterol e tensão alta
um ácido úrico que é obra
e fica no Guiness da malta
em Setembro, em Pont de Sèvres
com a Arlete menos meiga
vai-se o empadão de lebre
esconde o pão, corta a manteiga
vão ser uns meses de luta
nessa dieta de forçado
saladas, água e fruta
vou passar um mau bocado!
As férias, Ronaldo amigo,
ResponderEliminarPodem ser de privação.
Põe de lado o pão de trigo,
abstêm-te do salpicão.
Em lugar do belo tinto
bebe da água corrente,
que mais vale andar faminto
que saciado e doente.
Habitua-te à salada
e à água da torneira.
P’ra aguentar a estopada
pensa desta maneira:
“Estou são que nem um pêro
e pronto p’ra regressar.
Em Paris eu só espero
matar-me a trabalhar.
Volto magro e sem doença
mas penso muito amiúde
que já tenho uma sentença:
morro cheio de saúde!”
E pronto, assim é que é.
Se a larica te consome
Põe-te depressa de pé
Oh tu, vítima da fome.
E nesta luta final
contra a gota e os alarves
hás-de ir p’ró hospital
sem ver presunto de Chaves.
Ó Gil, tu és um poeta.
ResponderEliminarA rima não te atrapalha.
Versejas como uma seta
e acertas sempre na malha!
a) Haroldo de Menezes (Vinhais)