Não perdeste grande festa,
Azenha,meu velho amigo:
o Mendes lançou o livro,
nem um operário consigo!
Fui porque tu me disseste.
Mas não vi nada de jeito.
Dos indícios que me deste
não colhi nenhum proveito.
Deram-nos só vinho branco
e mais sumo de laranja!
Disse pra mim "não abanco"
porque de comida nanja!
Falou lá um senhor Judice,
burguês dos quatro costados.
Não percebi o que disse:
faz ele letras de fados!
Estavam até embaixadores,
qual deles o mais burguês!
Era festa de doutores
e nem o Gil a desfez!
Fui há pouco informado
ResponderEliminarpor amgo que me estima
que tive o nome citado
no blogue "Malta da Rima".
Corri ao computador
e ataquei o teclado.
Em estado de estupor
fui confirmar o recado.
É lisonjeiro, é baril!
Eu estou maravilhado
por ver o nome do Gil
em versos de pé-quebrado.
Não sei quem foi o escriba
que me deu tal distinção
mas já aqui estou, no Toshiba,
a agradecer a citação.
Entre eruditos, doutores,
em distinta companhia
de artistas, embaixadores,
fui visto na Livraria...
A fingir que os conhecia,
pus-me ao lado de escritores;
bati-me à fotografia,
falei com muitos senhores.
Quer dizer: um bom penetra
que saiba aplicar esta norma
vê aparecer, pela certa,
o nome em letra de forma.
E um anónimo cidadão,
qualquer humilde figura
poderá ficar, então,
na História da Literatura.
Conheço o Gil de gingeira.
ResponderEliminarLá na tasca do Procópio
entrávamos na cavaqueira,
às vezes a despropósito!
Mas isso era gente boa
e da classe popular:
não eram queques, pessoas
que andam praí a armar
em escritores de treta
sem jeito, mas com peneiras!
Aquele Mendes poeta?
De burguês tem as maneiras...
Amigo Gil, não te iludas!
Por ti e por toda a malta
não gosto que agora acudas
à burguesia peralta!
Grupo Marxista Leninista "O Procópio Vermelho"