Sabes, amigo Ronaldo,
lá no nosso Portugal
nem anda tudo tão mal:
o Gil voltou são e salvo!
Andou na rota dos vinhos
e diz que foi a Colmar
na arte se deslumbrar:
a gente sabe os jeitinhos
para contar uma história!
Portugal, o Gil voltou
e a rima não o deixou:
que fique para memória.
RESPOSTA A FELICIANO DA MATA
ResponderEliminarVoltei mas sem alegria,
Já de saudades tolhido;
Bem comido, bem bebido,
Com as conversas em dia.
E que bem fui recebido
P’lo Ronaldo e p’lo Mata!
Fui tratado com carinho,
Dormi em lençóis de linho,
Tive baixela de prata,
Nunca me senti sozinho.
Como perfeito turista
Calcorreei “boulevards”,
Perdi-me em revoltos mares
De vertigem consumista,
Respirei cálidos ares.
Nesse meu deambular
Por franças e araganças
Nem Ministro das Finanças
Nem bancos a estrebuchar
Perturbaram as andanças.
Regressado ao território
De que a "troika" é rainha,
Vou retomar a vidinha:
Às nove, no escritório,
Às dez da noite, caminha...
Adeus luxos requintados,
Não mais luzes nem fulgores.
Só medo e os pavores
Do “default” e dos mercados.
É crise mas de valores.
Vede pois, amigos meus
Como é triste a minha sorte:
Venho de terras do norte,
Europa alem-Pirinéus.
E sem ter nada que exporte
Só posso a Deus pedir,
Invocar seu Santo Nome,
Para não morrer à fome,
Que a economia retome
E o crédito volte a fluir.